sábado, 10 de setembro de 2011

Missões _ A história extraordinária do Rio Grande



No Sul do Brasil não existem somente praias, cidades serranas e metrópoles.  No inverno ou no verão, pode ser visitado um "país" diferente, esquecido pelos livros de história, marginalizado pelos roteiros turísticos tradicionais e muito pouco conhecido em quase todo o Brasil. 
  Trata-se da República Guarani, que, por cerca de 200 anos, ocupou áreas dos atuais Estados do Paraná e Rio Grande do Sul, e ainda do Paraguai, Argentina e Uruguai, onde foram construídas dezenas de reduções - as missões, sob um duro comando dos padres jesuítas.
   As reduções não eram aldeias, mas verdadeiras cidades, com toda a infra-estrutura; além da igreja, que era o centro de tudo, havia hospital, asilo, escolas, casa e comida para todos  em abundância, oficinas e até pequenas indústrias. Fabricavam-se todos os instrumentos musicais, tão bem quanto na Europa, por exemplo.

Foi nessas reduções que se começou a industrializar o ferro, a produzir os primeiros tecidos, e a se criar gado no continente. Foi esse gado, espalhado pelos pampas de todo o Sul, que acabou definindo a vocação econômica do Rio Grande do Sul: a pecuária.
   O principal objetivo dos jesuítas era catequizar os índios. A catequização, no entanto, tinha efeitos que não interessavam aos conquistadores portugueses. Para que adotasse a fé cristã, a população indígena tinha de ser instruída e ganhava conhecimentos de leitura e escrita. Além disso, os índios não eram escravizados, como geralmente ocorria em outros lugares.
   Eles viviam do cultivo da terra, se valendo de técnicas agrícolas ensinadas pelos religiosos. Com o tempo, muitas missões prosperaram e acabaram virando uma ameaça à centralização de poder pretendida pela Coroa. Resultado: em 1759, os jesuítas foram expulsos do Brasil, acusados de estimular os guaranis contra o domínio português.


   Os guaranis eram excelentes pintores e escultores. Faziam cópias perfeitas, segundo os padres. Muitas das estátuas ainda podem ser vistas em museus nas ruínas das reduções que subsistem no Paraguai, Argentina e Brasil.

Clique nas imagens pra ampliar.



   Suas igrejas eram ricas e imponentes, tendo sobrado delas muito pouco, permanecendo uma parte maior de sua estrutura em somente quatro reduções: São Miguel (Brasil), San Ignácio Mini (Argentina) e Trinidad e Jesus (Paraguai) - esta última nem chegou a ser concluída, pois estava em obras quando os jesuítas foram expulsos.

 (Ruínas de São Miguel_ RS)

2 comentários:

  1. Eu achei muito bonita a igreja e as esculturas !
    Meu pai olhou o vídeo comigo e disse que os índios tem um dom artístico muito bom !
    Ele já visitou as missões e assistiu o espetáculo 'Som e Luz' e acha o local muito bonito e impressionante !

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  2. Achei o documentário bem interessante e senti muita vontade de conhecer...já estamos combinando uma vizita as ruínas com minha família...é muito bom saber das coisas que aconteceram bem antes da gente existir....

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